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Manejo e suporte nutricional de equinos com afecções gastrointestinais – revisão de literatura

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Revista Agrária Acadêmica

agrariacad.com

doi: 10.32406/v8n1/2025/13-28/agrariacad

 

Manejo e suporte nutricional de equinos com afecções gastrointestinais – revisão de literatura. Management and nutritional support of equines with gastrointestinal disorders – literature review.

 

Ubiratan Pereira de Melo1, Cintia Ferreira2

 

1- Centro Universitário Mauricio de Nassau – Av. Engenheiro Roberto Freire 1514, CEP 59080-400, Capim Macio – Natal (RN), Brasil. E-mail: ubiratan_melo@yahoo.com.br (autor para correspondência).
2- Centro Universitário Mauricio de Nassau – Av. Engenheiro Roberto Freire 1514, CEP 59080-400, Capim Macio – Natal (RN), Brasil. E-mail: cinferre_vet@yahoo.com.br

 

Resumo

 

O manejo nutricional é essencial no tratamento de afecções gastrintestinais em equinos, especialmente devido ao padrão contínuo de ingestão alimentar característico da espécie. Este trabalho tem como objetivo revisar os principais aspectos do suporte nutricional de equinos acometidos por tais condições, discutindo estratégias adequadas para diferentes situações clínicas. Foi realizada uma revisão de literatura do tipo narrativa, abrangendo os principais enfoques nutricionais relatados na literatura veterinária. A restrição alimentar, frequentemente necessária em alguns tratamentos, pode ser prejudicial quando prolongada, levando a complicações como predisposição a infecções, retardo na cicatrização e diminuição da motilidade gastrointestinal. Três vias principais podem ser utilizadas para suporte nutricional: oral, enteral e parenteral, sendo a escolha determinada pela integridade gastrointestinal e pela condição clínica do animal. Conclui-se que a escolha adequada da estratégia nutricional contribui de forma decisiva para a recuperação clínica e metabólica dos equinos, exigindo um manejo criterioso e individualizado.

Palavras-chave: Cólica. Desequilíbrio energético. Equino. Nutrição enteral. Nutrição parenteral.

 

 

Abstract

 

Nutritional management is essential in the treatment of gastrointestinal disorders in equines, particularly due to the species’ continuous feeding pattern. This study aims to review the key aspects of nutritional support for horses affected by such conditions, discussing appropriate strategies for different clinical scenarios. A narrative literature review was conducted, encompassing the main nutritional approaches reported in veterinary literature. Dietary restriction, often necessary in some treatments, can be harmful when prolonged, leading to complications such as increased susceptibility to infections, delayed wound healing, and reduced gastrointestinal motility. Three primary routes can be employed for nutritional support: oral, enteral, and parenteral, with the choice determined by the gastrointestinal integrity and clinical condition of the animal. It is concluded that the appropriate selection of nutritional strategies plays a decisive role in the clinical and metabolic recovery of equines, requiring careful and individualized management.

Keywords: Colic. Energy imbalance. Equine. Enteral nutrition. Parenteral nutrition.

 

Introdução

 

Na prática clínica, períodos variados de restrição alimentar são comuns durante a terapêutica de certas doenças ou para a realização de procedimentos diagnósticos e/ou cirúrgicos em equinos (DI FILIPPO et al., 2021; MELO et al., 2022). No entanto, a retirada prolongada de alimentos não é fisiológica considerando o padrão alimentar desta espécie (DI FILIPPO et al., 2021). Em condições naturais, a ingestão diária com acesso livre a forragem (in natura ou feno) dura de 12 a 18 horas, e o tempo de jejum não excede três horas (MAIA et al., 2018).

Os equinos se adaptam bem a curtos períodos de restrição alimentar usando suas reservas de carboidratos, gorduras e proteínas, além de ativar mecanismos neuroendócrinos capazes de reduzir o gasto energético, bem como preservar proteína corporal (MELO et al., 2011; CARR, 2018). No entanto, a redução ou ausência de ingestão de alimentos por longos períodos pode ter efeitos deletérios, como aumento da susceptibilidade a infecções, retardo na reparação tecidual, diminuição da motilidade gastrointestinal, bem como tempo de hospitalização prolongado (MELO et al., 2021).

O efeito das afecções gastrointestinais no estímulo do equino para consumir alimentos é bem reconhecido, e o objetivo básico do suporte nutricional é prevenir o desenvolvimento de equilíbrio energético negativo naqueles incapazes de atender às suas necessidades nutricionais por meio da ingestão voluntária (TAYLOR et al., 2002; MELO et al., 2023). Além disso, cirurgias abdominais podem resultar em aumento substancial nas necessidades energéticas devido à resposta ao estresse e à necessidade de reparo tecidual (TAYLOR et al., 2002).

Determinar as necessidades metabólicas do paciente enfermo, seja durante o tratamento clínico ou durante o pós-operatório, é desafiador devido ao aumento da taxa metabólica, mas esse efeito parece ser inconsistente em pacientes humanos e não está bem documentado em equinos. A presença de inflamação sistêmica induz aumento do catabolismo proteico, que combinado com inatividade física, leva à perda de massa muscular, independentemente do equilíbrio energético geral do paciente. O grau de catabolismo de proteínas certamente é aumentado, no entanto, na presença de balanço energético negativo. Além do catabolismo de proteínas, a presença de déficit energético pode levar à mobilização das reservas de gordura, resultando, em alguns casos, em hipertrigliceridemia. Essa resposta pode estar associada a diminuições adicionais na ingestão voluntária de alimentos e complicações secundárias, como lipidose hepática e azotemia (McKENZIE, 2017).

Durante distúrbios gastrointestinais, muitos equinos recebem apenas terapia de fluidos de manutenção, por via intravenosa ou enteral, além da necessidade diária de glicose em alguns casos (LAWSON et al., 2021). No entanto, não há evidências que sugiram que esses protocolos rotineiros possam prevenir o catabolismo corporal no período pós-operatório em animais mantidos em inanição ou naqueles em tratamento clínico sem acesso a alimentos. Recentemente, Melo et al. (2023) demonstraram que a administração de glicose via terapia de fluidos enteral ou parenteral não foi eficaz em reverter os efeitos do desequilíbrio energético negativo em equinos submetidos a inanição após laparotomia exploratória via flanco.

O manejo alimentar de casos de abdome agudo pós-cirúrgica é predominantemente guiado pela experiência dos clínicos-cirurgiões e pelas lesões identificadas. Há evidências limitadas publicadas sobre uma abordagem ‘padrão ouro’ para o quê e quando alimentar, quantidade e a frequência. É provável que muitos equinos no período pós-operatório após correção de distúrbios gastrointestinais se beneficiem do suporte nutricional. Ensaios clínicos randomizados em humanos demonstram os potenciais efeitos benéficos da nutrição enteral nos resultados clínicos, incluindo cicatrização de feridas, resistência anastomótica, função e motilidade gastrointestinal, e tempo de internação diminuído (LAWSON et al., 2021).

Embora a extrapolação direta de dados humanos para equinos não possa ser feita, acredita-se que, se o trato gastrointestinal estiver funcional, a nutrição enteral deve ser encorajada. Indicadores positivos de um sistema gastrointestinal funcional podem incluir parâmetros cardiovasculares estáveis, defecação pós-operatória, apetite razoável, presença de borborigmos, evidência de motilidade do intestino delgado ou ausência de alças distendidas e a motilidade do intestino delgado no exame de ultrassonografia e ausência de refluxo gástrico (LAWSON et al., 2021).

Apesar de extensas discussões sobre suporte nutricional para equinos com doenças gastrointestinais na literatura internacional, há uma lacuna significativa no âmbito nacional, especialmente à nível de campo. A importância do suporte nutricional para equinos com distúrbios gastrointestinais é inquestionável; no entanto, há escassez de informações e protocolos específicos adaptados ao cenário brasileiro, onde as condições ambientais e de manejo variam consideravelmente.

Diante desse cenário, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão sobre o suporte nutricional de equinos com doenças gastrointestinais, buscando fornecer insights práticos, contribuindo assim para a melhoria da qualidade do cuidado e manejo nutricional desses animais.

 

Metodologia

 

Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura do tipo narrativa. As buscas foram realizadas nas bases de dados Scielo, Google Acadêmico, PubMed, Scopus e Web of Science, utilizando como palavras-chave “equino”, “suporte nutricional”, “nutrição enteral” e “nutrição parenteral”. Foram incluídos artigos ou capítulos de livros publicados no período de 1990 a 2024, com o objetivo de abranger as principais evidências científicas e estratégias nutricionais relevantes para o manejo de equinos com afecções gastrintestinais.

 

Requisitos nutricionais e vias de administração

 

As necessidades nutricionais de equinos doentes são desconhecidas e podem variar dependendo da idade, sexo, massa corporal magra, área de superfície corporal, temperatura ambiente e nível de atividade física (DUNKEL; WILKINS, 2004). A síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS), sepse ou trauma podem iniciar respostas neuro-hormonais complexas, aumentando as necessidades nutricionais. A exigência de proteínas pode ser aumentada sem que haja correlação com as necessidades energéticas (MAGDESIAN, 2003; DUNKEL; WILKINS, 2004). A demanda aumentada por proteínas criada pela doença pode fazer com que os aminoácidos não essenciais se tornem limitantes e, portanto, condicionalmente essenciais, à exemplo da arginina e glutamina (MAGDESIAN, 2003).

Embora hipercatabólicos, a maioria dos pacientes doentes se encontra levemente hipermetabólica. Esses pacientes são sensíveis à superalimentação calórica, o que pode levar à expansão de volume, hiperglicemia e esteatorréia. A administração exógena de aminoácidos é ineficaz na diminuição do catabolismo de proteínas em estados de doença. No entanto, pode ser benéfica quando o objetivo é aumentar a síntese de proteínas (DUNKEL; WILKINS, 2004). A inanição durante esse estado hipermetabólico/catabólico resulta em perda muito maior de massa muscular magra e proteína visceral do que seria esperado durante uma simples inanição (CARR, 2018).

Calcular as necessidades nutricionais diárias é importante para garantir uma quantidade adequada de nutrientes para equinos com distúrbios gastrointestinais. A energia deve ser fornecida principalmente na forma de carboidratos e lipídios para conservar as reservas de proteínas corporais. Esse efeito poupador de proteínas é perdido quando a ingestão calórica está abaixo das necessidades, resultando em catabolismo proteico (MAGDESIAN, 2003). Como há controvérsias quanto ao nível de suporte calórico necessário para pacientes doentes e confinados, ele deve ser calculado individualmente.

Alguns pesquisadores defendem o uso do requerimento energético basal (REB), enquanto outros defendem o uso do requerimento energético de manutenção (REM) (SPURLOCK; WARD, 1991). A massa corporal magra deve ser usada para prever o REM, pois a taxa metabólica depende da composição celular. As células adiposas têm uma taxa metabólica significativamente menor do que as células musculares, reduzindo a MER em um equino obeso (DUNKEL; WILKINS, 2004).

O REB é a quantidade de energia usada para manter as funções fisiológicas em repouso em ambiente termoneutro, correspondendo a aproximadamente 70% do REM. O REB encontra-se reduzido em aproximadamente 10% durante o sono e 40% durante o jejum prolongado, e pode ser aumentada em estados de excitação e ansiedade (DUNKEL; WILKINS, 2004). Diferentes fórmulas foram propostas para calcular REB e REM em equinos, com resultados expressos em megacalorias (Mcal) de energia digestível por dia (MAGDESIAN, 2003). Entre essas fórmulas, que empregam a massa corporal em quilogramas, destacam-se as seguintes:

  • REM: [Peso corporal x 0,03 + 1,4] para equinos pesando até 600 kg.
  • REM: 1,82 + [0,0383 x Peso corporal – [0,000015 x Peso corporal2] para equinos pesando entre 601 e 900kg.
  • REB: [Peso corporal x 0.021] + 0.975, considerando o peso corpóreo total.
  • REB: 155 x (Peso corporal)0.75, considerando o peso metabólico.

Se o REB for bem tolerado, a ingestão necessária pode ser aumentada gradualmente ao longo de dois a três dias para fornecer o REM (LOPES; WHITE, 2002; MAGDESIAN, 2003). As exigências energéticas de equinos após quadros clínicos de afecções gastrointestinais ou cirurgias abdominais não são bem compreendidas. Devido à ampla variação na fisiopatologia de diferentes condições abdominais agudas, muitos veterinários assumem que não há necessidade de aumento nas exigências nutricionais após uma cólica simples. Fornecer as exigências energéticas basais para equinos mantidos em baias após cirurgia provavelmente é suficiente, a menos que desafiado por uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica devido a peritonite ou endotoxemia (GEOR, 2007; WHITE, 2009).

A exigência de proteína para a manutenção de um equino adulto saudável é estimada em aproximadamente 0,5 a 1,5 g/kg/dia. As demandas de um potro em crescimento são maiores e podem atingir 7 g/kg/dia durante o período de crescimento máximo. Durante doenças críticas ou lesões graves, o catabolismo de proteínas e o uso de aminoácidos como fonte de energia aumentam, mesmo na presença de outras reservas energéticas. Consequentemente, ao calcular as necessidades de proteínas, recomenda-se fornecer a estimativa mais alta da necessidade (CARR, 2018). Grande parte do feno ou grama ofertados aos equinos durante o período de convalescença de afecções gastrointestinais não é avaliado quanto ao conteúdo nutricional, portanto, a ingestão diária de energia e proteína frequentemente é desconhecida (WHITE, 2009).

A suplementação nutricional irá reverter os processos catabólicos que ocorrem durante a inanição simples, mas não irá reverter completamente aqueles que ocorrem durante o estresse metabólico, e desde que a lesão tecidual persista, os processos catabólicos serão mantidos. Os objetivos do suporte nutricional em situações críticas devem ser salvar vidas, preservar a massa muscular, conservar e melhorar a função celular e tecidual, e acelerar a recuperação (CARR, 2018).

No manejo nutricional de equinos com afecções gastrointestinais, a escolha do suporte nutricional deve considerar a integridade e funcionalidade do trato gastrointestinal, bem como a condição clínica do paciente. Existem três principais rotas para fornecer suporte nutricional: oral, enteral e parenteral (MELO et al., 2006; McKENZIE, 2015; CARR, 2018).

Quando o trato gastrointestinal estiver integro e o equino mantém o apetite, a via oral é a opção preferida. Nesse cenário, a administração de alimentos pode ser feita de forma convencional, considerando as necessidades nutricionais específicas do paciente. A ingestão voluntária é sempre a preferida, pois fornece uma abordagem mais natural para atender às necessidades nutricionais do paciente. No entanto, em situações em que o trato gastrointestinal permanece intacto, mas o equino não apresenta apetite, a via enteral pode ser adotada. Nesse caso, a administração de nutrientes é feita diretamente no trato gastrointestinal, contornando a necessidade de ingestão voluntária. Isso pode ser feito através de alimentação por sonda nasogástrica ou outro método enteral adequado (MELO et al., 2006).

Os tipos de nutrição enteral para animais adultos podem variar desde alimentos normais (grãos, feno e dietas peletizadas completas), dietas pastosas compostas de alimentos normais e dietas líquidas que permitem ao clínico ajustar o regime alimentar (CARR, 2018). No entanto, Klug (2019) demonstrou recentemente resultados positivos com um produto disponível comercialmente no Brasil (Equisave). O produto contém proteínas de alto valor biológico ou aminoácidos essenciais (proteína do soro do leite, glutamina), maltodextrina e óleo de linhaça.

Recentemente, Melo et al. (2023) utilizaram uma formulação enteral suplementada com glutamina em equinos submetidos a jejum prolongado após enterotomia para obter amostras intestinais (FERREIRA et al., 2022). Os autores observaram que os animais que receberam essa mistura perderam menos peso do que aqueles sob terapia de fluidos enterais isoladamente ou terapia de fluidos enterais combinada com glicose. A suplementação de glutamina prova ser benéfica em condições clínicas, com base em quatro aspectos cruciais: a) serve como fonte de energia essencial para enterócitos e células imunes, insubstituível por outros aminoácidos; b) durante o estresse metabólico, há uma deficiência relativa de glutamina; c) a suplementação exógena do aminoácido facilita a entrega de glutamina para os tecidos necessitados; d) a mucosa do intestino delgado sofre atrofia na presença de deficiência de glutamina no corpo, bem como durante a nutrição parenteral total na ausência de suporte nutricional digestivo (MELO et al., 2023).

Ao iniciar a nutrição enteral em um paciente com anorexia prolongada, é recomendável iniciar gradualmente — o objetivo é atingir a meta calculada ao longo de vários dias. Não existe uma fórmula exata para a taxa de aumento ou a meta calculada, pois muitos fatores (doença subjacente, raça, duração da anorexia) afetarão a capacidade individual de tolerar o aumento do volume de alimentação enteral. O volume de cada alimentação não deve exceder 6 a 8 L por alimentação para um equino de 500 kg (CARR, 2018).

Quando o uso das vias oral e enteral não é possível devido à gravidade da afecção gastrointestinal ou à falta de integridade do trato gastrointestinal, a via parenteral torna-se uma alternativa necessária. A administração de nutrientes ocorre diretamente na corrente sanguínea, contornando completamente o trato gastrointestinal. Essa abordagem é crucial em casos de obstrução intestinal grave, íleo adinâmico, ressecção intestinal extensa ou outras condições que comprometem a capacidade do sistema gastrointestinal de absorver nutrientes (CARR, 2018).

O uso da nutrição parenteral em equinos tem sido raramente estudado, embora descrito principalmente em anais de conferências, relatos de casos individuais, estudos retrospectivos e artigos de revisão. Pode ser benéfica para garantir o fornecimento adequado de nutrientes, especialmente durante doenças críticas ou recuperação de procedimentos cirúrgicos. No entanto, muitos veterinários relutam em implementá-la devido não apenas à complexidade da formulação, administração e monitoramento clínico, mas também às complicações potenciais e aos custos associados (McKENZIE, 2015).

A nutrição parenteral pode ser classificada como parcial ou total, dependendo se atende a todas as necessidades nutricionais do animal. A nutrição parenteral total requer o uso de fontes de energia de carboidratos e lipídios, em combinação com aminoácidos. A nutrição parenteral parcial pode ser realizada com soluções de carboidratos ou carboidratos-aminoácidos. A suplementação intravenosa de fluidos com dextrose a uma taxa moderada de 5 a 10 kcal/kg/dia (1,5 a 3 L de dextrose a 50% por dia) parece ser benéfica em equinos clinicamente doentes com apetite reduzido ou ausente, pois, a dextrose minimiza o grau de mobilização de gordura secundária ao desequilíbrio energético negativo e corrigir hipertrigliceridemia (DUNKEL; McKENZIE, 2003; MAGDESIAN, 2003; McKENZIE, 2015).

Dependendo dos objetivos desejados e da duração da suplementação, podem ser formuladas soluções parenterais contendo carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas, eletrólitos e minerais. Carboidratos e lipídios são usados para atender às necessidades energéticas do equino, permitindo que os aminoácidos administrados sejam utilizados para reparação tecidual, função imune e manutenção muscular. Embora as recomendações variem, os lipídios podem ser adicionados para fornecer até 30% a 60% das calorias não proteicas em uma solução de nutrição parenteral (CARR, 2018). A introdução da nutrição parenteral deve ser feita gradualmente. Melo et al. (2023) recomendam que no primeiro dia, 50% da exigência energética calculada deve ser fornecida, com incrementos de 25% a cada dia, de modo que até o terceiro dia, 100% da exigência calculada seja fornecida.

Uma relação calórica não proteica para nitrogênio de 100 a 150 kcal/g de nitrogênio é recomendada para permitir a economia de proteínas. Economia de proteínas significa que os aminoácidos são usados para o equilíbrio de proteínas e redução da quebra ou oxidação de proteínas endógenas, em vez de para produção de energia. O catabolismo de aminoácidos administrados pode ocorrer se quantidades inadequadas de calorias forem fornecidas (ou menos que a relação acima) para atender às necessidades diárias de energia. O catabolismo de proteínas musculares também ocorre se as necessidades de aminoácidos não forem atendidas (MAGDESIAN; BOZORGMANESH, 2018).

É importante salientar que, em certas circunstâncias clínicas, a combinação de duas ou mais vias de suporte nutricional pode ser implementada para otimizar a entrega de nutrientes. Esta abordagem integrada visa atender às demandas específicas de cada caso, fornecendo suporte nutricional abrangente e individualizado. A escolha da rota de administração deve sempre ser baseada em uma avaliação cuidadosa da condição clínica do animal e da fisiopatologia da condição gastrointestinal em curso.

Soluções de dextrose a 5% ou glicose não devem ser consideradas uma forma de nutrição parenteral. Um volume de 1 L de dextrose a 5% fornece o equivalente a 170 kcal (712 kJ) de energia, e 1 L de glicose a 5% fornece aproximadamente 190 kcal (796 kJ). Para fornecer o requerimento calórico de um equino de 500 kg mantido em baia e em ambiente termoneutro, seriam necessários 11,5 Mcal/dia, correspondendo à administração de 60 a 70 L por dia, resultando em graves anormalidades eletrolíticas. Consequentemente, as soluções de dextrose e glicose a 50% podem ser preferíveis à solução a 5%. Cada mililitro de dextrose a 50% é equivalente a 1,7 kcal (7,1 kJ), e cada mililitro de glicose a 50% é equivalente a 1,9 kcal (8 kJ). Durante a nutrição parenteral total (NPT), cateteres de duplo lúmen podem fornecer uma linha dedicada para NPT e evitar a necessidade de interromper a NPT ao administrar medicamentos incompatíveis (CORLEY, 2017).

 

Manejo nutricional de afecções gastrointestinais selecionadas

 

  • Enterite/Colite

 

Idealmente, os equinos devem ter acesso livre à forragem e receber alimentação suplementar com concentrados para atender às necessidades metabólicas de energia de manutenção, aproximadamente 16 Mcal para um equino de 500 kg. Infelizmente, equinos com enterite podem ser incapazes de comer devido a disfunções inerentes no intestino delgado, e assim requerem suporte nutricional parenteral. Equinos com colite geralmente conseguem comer, a menos que um íleo adinâmico esteja associado à condição. Alguns equinos com colite podem estar anoréxicos devido à depressão e desconforto abdominal associados à doença, prejudicando sua capacidade de atender às necessidades metabólicas por meio da ingestão voluntária. A maioria dos equinos adultos pode ser razoavelmente mantida sem suporte nutricional por alguns dias, pois mobilizarão suas reservas de energia endógenas (gordura, músculo) para atender às suas necessidades metabólicas (MAGDESIAN, 2003).

No entanto, alguns equinos e pôneis parecem predispostos à mobilização excessiva de gordura e não devem ser mantidos sem suporte nutricional devido aos riscos de hipertrigliceridemia e hiperlipidemia. O suporte nutricional entérico pode ser realizado administrando dietas líquidas por meio de intubações nasogástricas repetidas ou de uma sonda de alimentação nasogástrica permanente. Formulações comerciais de dietas líquidas estão disponíveis, com produtos formulados para equinos ou humanos. O uso de dietas líquidas entéricas comerciais estar associado ao desenvolvimento de diarreia e laminite e deve ser introduzido lentamente para minimizar o desenvolvimento de distúrbios gastrointestinais. Esse tipo de terapia não é ideal para uso em equinos com doenças gastrointestinais inflamatórias, pois pode exacerbar o processo da doença devido aos efeitos osmóticos dos nutrientes ingeridos. Uma abordagem alternativa ao suporte entérico é alimentar misturas feitas de acordo com formulações patenteadas ou alimentos comerciais (MAGDESIAN, 2003).

Produtos formulados comercialmente para alimentação entérica de equinos não estão facilmente disponíveis no Brasil e, apesar de serem caros, são mais fáceis de preparar e administrar por meio de intubação nasogástrica. Quando disponíveis, essas dietas devem ser introduzidas lentamente, o que representa uma limitação significativa em equinos agudamente doentes, pois a entrega adequada de nutrientes pode não ocorrer de maneira oportuna (GEOR, 2007). Se necessário, o suporte nutricional pode ser mais bem gerenciado parenteralmente devido aos riscos associados à alimentação entérica com dietas líquidas (McKENZIE, 2017).

A colite dorsal direita é uma enteropatia resultante da administração crônica ou altas doses de anti-inflamatórios não esteroidais, resultando em hipoproteinemia, perda de peso e diarreia. O manejo dietético é considerado um dos pilares da terapia para esta enteropatia. A forragem de talos longos deve ser substituída por uma dieta completa de pellets. A dieta deve ser ajustada gradualmente ao longo de 5 a 10 dias para permitir que o microbioma do cólon se ajuste, evitando assim a exacerbação da doença ou outras perturbações gastrointestinais. Refeições pequenas e frequentes são recomendadas para diminuir o enchimento do cólon, e os requisitos calóricos diários devem ser calculados e divididos entre essas refeições. Fornecer dieta com baixo teor de fibra diminui tanto a carga mecânica quanto fisiológica no cólon, permitindo repouso para cicatrização ótima (MAGDESIAN; BOZORGMANESH, 2018).

A suplementação da dieta com óleo vegetal (milho ou canola) tem sido proposta como meio de fornecer calorias e ácido linoleico adicionais para auxiliar na cicatrização da mucosa (MAGDESIAN, 2003; CARGILE et al., 2004). Fornecer oligossacarídeos não digeríveis pode aumentar a produção de ácidos graxos de cadeia curta benéficos que podem auxiliar na cicatrização da mucosa, e alimentos como cevada germinada ou psyllium podem ser usados para alcançar esse efeito (MAGDESIAN, 2003).

Magdesian e Bozorgmanesh (2018) recomendam que esta dieta com menor teor de fibra seja continuada por 3 a 6 meses após a resolução dos sinais clínicos (diarreia, cólica, íleo, hipoproteinemia). Fontes de ácido linoleico, como óleo de milho ou canola (introduzido em um volume de 0,25 xícara duas vezes ao dia para um equino de 500 kg e gradualmente aumentado para uma xícara duas vezes ao dia), são benéficas, pois o ácido linoleico é necessário para a cicatrização da mucosa e a gordura oferece calorias aumentadas sem aumentar o trabalho do cólon (MAGDESIAN, 2003; CARGILE et al., 2004). Fornecer oligossacarídeos não digeríveis pode aumentar a produção de ácidos graxos de cadeia curta benéficos que podem auxiliar na cicatrização da mucosa, e alimentos como cevada germinada ou psyllium podem ser usados para alcançar esse efeito (MAGDESIAN, 2003). A vitamina E (100 UI) deve ser adicionada a 100 mL de óleo fornecido. Ácidos graxos de cadeia curta, especialmente o butirato, melhoram a reparação e maturação da mucosa do cólon (MAGDESIAN; BOZORGMANESH, 2018).

 

  • Compactação gastrointestinal

 

O tipo mais comum de obstrução simples resultando em cólica no equino é a compactação. Quando uma compactação cecal ou colônica é diagnosticada, a terapia inicial envolve tipicamente uma combinação de administração analgésica, fluidos orais e/ou intravenosos, e o uso de laxantes. Após a resolução da compactação, a reintrodução de alimentos é preferencialmente feita sem concentrados ou forragem até que o trânsito intestinal normal seja restaurado. Portanto, o manejo nutricional envolve restrição alimentar até que o exame retal ou a produção fecal indique a viabilidade da reintrodução da alimentação sem aumentar a impactação (FERREIRA et al., 2009).

À medida que a resolução da compactação se torna evidente, as refeições de forragem são gradualmente reintroduzidas. A reintrodução da forragem deve ser feita em pequenas porções, de 4 a 6 vezes ao dia (0,25–0,5 kg a cada 3 horas), começando com quantidades limitadas e aumentando gradualmente ao longo de 2 a 4 dias até retornar aos níveis de alimentação de manutenção. Esse intervalo de tempo permite o esvaziamento gástrico, evitando sobrecarregar o ceco ou cólon. Pesar a forragem oferecida é aconselhável para determinar a quantidade a ser fornecida com base em seu valor nutricional para atender às necessidades de manutenção. No período pós-cólica imediato, a restrição do fornecimento de concentrados por um período de 3 a 7 dias é advogada na literatura, seguida de reintrodução gradual. Para alimentação regular de concentrados, são sugeridas refeições mais frequentes (3 vezes ao dia) em porções menores (cada uma <0,4% do peso corporal) ao longo do dia para minimizar a entrega de carboidratos hidrolisáveis não digeridos para o cólon (WHITE; LOPES, 2003; GEOR; HARRIS, 2007).

 

  • Enteropatia arenosa

 

A enteropatia arenosa, na maioria dos casos, pode ser tratada clinicamente, e o manejo nutricional para casos que requerem intervenção cirúrgica deve seguir diretrizes pós-operatórias para cólica destacadas por Geor (2007). O tratamento clínico da enteropatia arenosa comumente envolve o uso combinado de óleo mineral e suplementação de psyllium, ocasionalmente incluindo sulfato de magnésio. As recomendações de manejo dietético para enteropatia arenosa variam de oferecer forragem altamente digestível ou ração peletizada por 2 a 3 semanas após a remoção da areia, ao fornecimento de feno ad libitum, ou mesmo não fazer alterações na dieta, conforme discutido por Stratton-Phelps e Fascetti (2003). No entanto, é crucial modificar o manejo alimentar dos equinos para evitar a ingestão adicional de areia (MELO; FERREIRA, 2021). Recomendações comuns para equinos à pasto incluem alimentação em caixas de alimentação elevadas, racks ou estruturas acima do solo, para reduzir a ingestão inadvertida de areia. Em casos de alimentação no solo, é aconselhável fornecer cobertura, como tapetes de borracha ou uma laje de concreto, para minimizar a exposição à areia. Alimentar diretamente no chão em piquetes com grama curta ou inexistente é considerado um fator de risco para a enteropatia arenosa (HUSTED et al., 2005). Estudos sobre a eficácia de vários suplementos para prevenção e remoção de areia são limitados. Hammock et al. (2008) conduziram um estudo na Universidade de Illinois e concluíram que o tratamento com psyllium não foi mais eficaz do que a ausência de suplementação para a remoção de areia depositada cirurgicamente no ceco de pôneis. Manter os pôneis longe da areia resultou na remoção de 70% da carga ao longo de 11 dias. No entanto, recentemente, Melo e Ferreira (2021) relataram o uso bem-sucedido de psyllium em três equinos com diarreia crônica resultante de enteropatia arenosa.

 

  • Enterolitíase

 

Enterólitos são cálculos intestinais compostos predominantemente de estruvita (fosfato de magnésio amoniacal hexahidratado). Essas concreções geralmente se formam no cólon dorsal direito e podem posteriormente ser responsáveis por obstrução completa ou parcial do cólon dorsal direito, transverso ou descendente (HASSEL et al., 2008; NARDI et al., 2022). A enterolitíase tem distribuição mundial; no entanto, certas regiões geográficas têm prevalência maior (HASSEL et al., 1999). Muitas causas para a fisiopatologia da formação de enterólitos foram hipotetizadas, mas a patogênese definitiva permanece incerta. Níveis dietéticos excessivos de magnésio, nitrogênio e fósforo, combinados com pH colônico alcalino são considerados contribuintes para a formação de enterólitos (HASSEL et al., 2004). Equinos alimentados com dietas contendo mais de 70% de alfafa consomem consideravelmente mais minerais e têm pH colônico significativamente mais alto e maior probabilidade de formar enterólitos em comparação com equinos alimentados com dietas diferentes (NARDI et al., 2022). Um estudo de Hassel et al. (2008) demonstrou que quando o feno de alfafa representava >50% da dieta, o risco de enterolitíase aumentava. O estudo revelou que fornecer aos equinos dieta baseada em capim e feno de aveia tinha efeito superior a reduzir apenas a quantidade de alfafa na prevenção da formação de enterólitos. Os autores hipotetizaram que a combinação de menor teor de proteína e magnésio e maior teor de fibra resultou na liberação de ácidos graxos de cadeia curta, o produto da fermentação da fibra, ajudando a criar ambiente colônico menos propício para a formação de enterólitos.

A ingestão de menores quantidades de proteína e magnésio também pode resultar em menos disponibilidade de amônia e magnésio para a precipitação de estruvita (HASSEL et al., 2008). Além disso, o estudo constatou que as chances de enterolitíase eram 2,8 vezes maiores em equinos que não tinham acesso diário ao pasto. Se o acesso diário ao pasto estiver associado a um aumento no nível de atividade, isso pode desempenhar um papel na redução do risco da doença (HASSEL et al., 2008).

Embora a alimentação com farelo de trigo, farelo de arroz e farelo de aveia tenha sido implicada como fator de risco para a formação de enterólitos, vários estudos não encontraram associação com alimentação à base de farelo (COHEN et al., 2000; HASSEL et al., 2004; NARDI et al., 2022).

Considerações dietéticas sobre a formação de enterólitos devem incluir: eliminar o excesso de magnésio; eliminar o excesso de nitrogênio; não fornecer excesso de proteína; equilibrar a relação cálcio-fósforo; e potencialmente reduzir o pH no trato gastrointestinal. Com base no estudo de Hassel et al. (2008) e outros, medidas preventivas recomendadas para equinos de alto risco ou aqueles com histórico conhecido de enterólitos incluem eliminar alimentos à base de alfafa, alimentar com feno de aveia ou capim, acesso diário ao pasto e potencialmente adicionar uma alimentação diária de grãos. A adição de vinagre de maçã (100-200 ml quatro vezes ao dia) mostrou-se eficaz na redução do pH do cólon em pôneis alimentados com feno de capim e grãos; no entanto, o uso de vinagre não foi avaliado em relação à prevenção de enterolitíase.

 

  • Alimentação durante o período pós-operatório

 

O jejum após a cirurgia, teoricamente, permite a cicatrização e proteção, reduzindo os riscos de deiscência, peritonite, compactações e íleo; no entanto, não há evidências que suportem o jejum pós-operatório, e nenhum benefício foi demonstrado em humanos. Durante o período pós-operatório inicial, foi sugerido de forma anedótica em livros-texto de referência que restringir a quantidade de comida pode minimizar os efeitos adversos potenciais no local da anastomose (LAWSON et al., 2021).

Tipicamente, a base para a prática alimentar em pacientes cirúrgicos pós-laparotomia deriva de uma avaliação subjetiva da experiência clínica em vez de informações científicas, resultando em variação significativa de opinião entre diferentes cirurgiões quanto ao momento ideal de reintrodução de alimentos no período pós-operatório. A maioria dos equinos submetidos a cirurgia intestinal simples (por exemplo, deslocamentos intestinais sem enterotomia) pode receber alimentação enteral dentro de 6 a 12 horas após a recuperação da anestesia. No entanto, após ressecção e anastomose do intestino delgado, os equinos frequentemente suportam longos períodos de jejum (MAIR, 2013).

Cohen et al. (2004) relataram em um estudo de casos cirúrgicos abdominais agudos a implementação de um período de inanição pós-operatória superior a 10 dias em alguns casos. Por outro lado, em outro estudo envolvendo 30 equinos submetidos a ressecção e anastomose do intestino delgado, a alimentação foi suspensa por período médio de 76 horas (DURHAM et al., 2003). A justificativa para implementar inanição em equinos após ressecção intestinal é a de proteger a anastomose, permitindo tempo suficiente para a cicatrização do tecido antes que a região seja submetida a estresse mecânico pela passagem do conteúdo alimentar, além de prevenir a compactação intestinal e íleo adinâmico.

No entanto, a presença de alimentos no lúmen intestinal é crucial para manter a integridade da mucosa gástrica, e foi demonstrado em humanos que a alimentação precoce tem efeitos benéficos na função dos enterócitos, manutenção da função de barreira mucosa, reparo tecidual, resistência anastomótica e motilidade gastrointestinal. O fornecimento adequado de energia por meio da provisão de carboidratos e/ou lipídios é necessário para evitar o uso de proteínas como fonte de energia durante o período pós-operatório (MAIR, 2013).

O suporte nutricional deve ser considerado para pacientes que consomem menos de 50% de sua necessidade de energia de manutenção por mais de 48 horas no pós-operatório (DUNKEL; McKENZIE, 2003; MAGDESIAN, 2003). Tanto o suporte enteral quanto o parenteral podem ser usados para atender às necessidades nutricionais dos equinos no período pós-operatório (MAIR, 2013). Embora a nutrição parenteral constitua uma base racional para o suporte nutricional em pacientes com ressecções extensas (LOPES; WHITE, 2002), Durham et al. (2004) demonstraram em um estudo que a nutrição parenteral não tem efeito significativo na sobrevida a curto ou longo prazo. No entanto, fatores além do suporte nutricional podem afetar a sobrevida de equinos submetidos a cirurgia gastrointestinal. Como a principal fonte de energia usada pelos enterócitos é a glutamina presente no lúmen intestinal, fornecer nutrição enteral enriquecida com glutamina pode ser mais benéfico do que a nutrição parenteral durante o período pós-operatório (MELO et al., 2023).

No entanto, em cavalos que desenvolvem íleo pós-operatório ou quando a alimentação enteral não é viável, a nutrição parenteral pode ser necessária (MELO et al., 2008). Recentemente, Melo et al. (2021) descreveram a associação do suporte nutricional parenteral total e da infusão intravenosa de glutamina em cavalos submetidos a jejum após laparotomia exploratória experimental. O regime dietético ideal para cavalos no período pós-operatório do abdômen agudo variará dependendo da fisiopatologia da doença primária, tipo de cirurgia, presença ou ausência de complicações pós-operatórias (incluindo íleo pós-operatório), etc. Uma dieta baseada em feno ou capim fresco é escolhida e fornecida assim que o julgamento médico sugere que o alimento ingerido possa ser tolerado (WHITE, 2009). Após procedimentos cirúrgicos do intestino delgado, seja obstruções simples (como impactação ileal) ou lesões estranguladoras que requerem ressecção e anastomose, pequenas quantidades de água (1 a 2 litros) podem ser oferecidas entre 4 e 6 horas pós-cirurgia ou dentro de 4 a 6 horas após a cessação do refluxo enterogástrico naqueles cavalos que desenvolvem íleo pós-operatório. A água é oferecida inicialmente a cada hora para testar a função gastrointestinal. Em casos não complicados, a alimentação pode ser oferecida dentro de 6 a 12 horas após a cirurgia. Na maioria dos casos, uma pequena quantidade de capim ou feno (≤ 200 g) é oferecida aproximadamente a cada hora, inicialmente. Se nenhum sinal de complicações surgir, pequenas quantidades de alimentos, consistindo em uma pequena quantidade (≤ 0,5 kg) de feno de capim ou alfafa ou um alimento peletizado completo, podem ser oferecidas entre 12 e 18 horas. Geralmente, esses alimentos são oferecidos a cada 2-3 horas (MAIR, 2013). Nas próximas 24 horas, a quantidade de cada alimentação pode aumentar gradualmente, e a frequência diminui ao longo de 3 a 5 dias. O pastejo por curtos períodos (5-10 minutos, duas a três vezes ao dia) também pode ser introduzido após 3-4 dias. Alimentações concentradas (grãos) devem ser evitadas durante os primeiros 10 a 14 dias pós-cirurgia (MAIR, 2013). Cavalos que desenvolvem íleo pós-operatório ou com enterite prévia não toleram a alimentação enteral até que a função intestinal retorne (MAIR, 2013). A terapia intravenosa intensiva de fluidos é necessária para manter o equilíbrio de fluidos, eletrólitos e ácido-base, bem como para prevenir o desenvolvimento de choque circulatório (MELO et al., 2010). A intubação nasogástrica regular (a cada 3 horas) ou permanente é necessária para descomprimir o estômago. Embora os cavalos possam tolerar a fome por vários dias nessas circunstâncias, a nutrição parenteral deve ser considerada se o íleo persistir por mais de 2 a 3 dias (MELO et al., 2008; MAIR, 2013).

Após procedimentos cirúrgicos para resolver obstruções simples do cólon, a provisão de água pode ser iniciada imediatamente, e a administração de feno de tifton, feno de alfafa ou capim fresco é rotineiramente instituída de 6 a 12 horas pós-cirurgia (WHITE, 2009; MAIR, 2013). A oferta de pequenas quantidades de feno (≤ 0,5 kg) a cada 3-4 horas é recomendada e permite o monitoramento do cavalo e da motilidade intestinal. A alimentação ad libitum pode ser iniciada 24 horas após o início da alimentação, desde que não sejam observadas complicações (MAIR, 2013). Modificações dietéticas a longo prazo são necessárias para cavalos submetidos a ressecção extensa do cólon maior, mas não quando apenas o ceco é removido. O tempo de trânsito gastrointestinal e a digestão de fibras, proteínas e fósforo diminuem após a ressecção de 90% do cólon maior, e em um relatório clínico, diarréia crônica, perda de peso e hipofosfatemia foram complicações de ressecção extensa do cólon maior. No entanto, com um manejo dietético adequado, esses cavalos podem manter uma condição corporal adequada. No período pós-operatório imediato, esses cavalos devem receber pequenas quantidades de alimento de baixo volume, como pellets de alfafa ou ração peletizada comercial. Posteriormente, o forrageio de leguminosas deve ser o componente predominante da dieta. O fósforo deve ser fornecido na forma de suplemento ou alimentando 0,5 kg de farelo de trigo ou arroz diariamente. Se calorias adicionais forem necessárias para a manutenção do peso, um concentrado “rico em gordura e fibra” é recomendado em vez de grãos ou rações doces (GEOR, 2007). Os procedimentos cirúrgicos do cólon menor têm uma taxa de complicação mais alta do que em outras regiões do trato intestinal. Os motivos incluem acesso cirúrgico restrito, alto conteúdo bacteriano do intestino distal, natureza relativamente desidratada e áspera das fezes e atividade relativamente alta de enzimas degrada­doras de colágeno. Por esses motivos, devem ser feitas tentativas para limitar o estresse imposto a colotomias ou anastomoses do cólon menor durante os primeiros dias após a cirurgia. Isso inclui esvaziar o cólon maior no momento da cirurgia e fornecer inicialmente alimentos macios e de baixo volume (por exemplo, capim fresco ou alfafa peletizada). Em alguns casos, óleo mineral também pode ser administrado via sonda nasogástrica nos primeiros 2 dias após a cirurgia (MAIR, 2013).

 

Considerações finais

 

Em conclusão, fornecer suporte nutricional adequado a equinos com distúrbios gastrointestinais é de suma importância para evitar os efeitos prejudiciais do balanço energético negativo. No entanto, é importante destacar que, em muitos casos, o tipo de manejo nutricional, bem como a implementação de suporte nutricional adequado, é amplamente influenciado pelo clínico ou cirurgião que conduz o caso, e frequentemente escolhido com base em sua experiência e expertise. Esse processo de tomada de decisão leva em consideração fatores como a condição gastrointestinal específica, disponibilidade de nutrientes adequados e recursos financeiros do proprietário.

Outro fator limitante na implementação de um protocolo de suporte nutricional correto é a indisponibilidade, em muitos casos, de valores nutricionais dos alimentos disponíveis. Apesar da clara necessidade de suporte nutricional, são necessárias pesquisas randomizadas detalhadas para estabelecer o melhor protocolo de suporte nutricional para diferentes condições gastrointestinais.

 

Conflitos de interesse

 

Nenhum dos autores deste artigo possui relação financeira ou pessoal com outras pessoas ou organizações que possam influenciar ou enviesar inapropriadamente o conteúdo do artigo.

 

Contribuição dos autores

 

Todos os autores contribuíram igualmente para a conceitualização, elaboração da metodologia e redação do manuscrito, incluindo sua revisão crítica. Aprovaram a versão final e assumem a responsabilidade pela precisão e integridade das informações apresentadas.

 

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Recebido em 16 de março de 2024

Retornado para ajustes em 29 de janeiro de 2025

Recebido com ajustes em 30 de janeiro de 2025

Aceito em 6 de fevereiro de 2025

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