Revista Agrária Acadêmica
doi: 10.32406/v7n3/2024/115-124/agrariacad
Influência da adubação nitrogenada no desenvolvimento da fase inicial da híbrido de milho BM163. Influence of nitrogen fertilization on the development of the initial phase of corn hybrid BM163.
Leonardo Pandolfi Filho1, Carlos André Gonçalves2, Narcisa Silva Soares
3
1- Graduando em Agronomia pelo Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA, Santarém – PA, Brasil. E-mail: leonardopandolfifilho@gmail.com
2- Professor orientador do curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA, Santarém – PA, Brasil.
3- Professora do curso de Agronomia do Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA, Santarém – PA, Brasil.
Resumo
A cultura do milho desempenha papel vital na sociedade e economia, destacando-se entre as principais produções de grãos no país. Com a recente prática do cultivo de milho em solos amazônicos, impulsionada pelas restrições ambientais ao desmatamento, surge a necessidade de modernizar os sistemas de produção, visando aumentar a produtividade sem expandir a área cultivada. O estudo busca determinar a eficácia da adubação nitrogenada na produtividade do milho, especialmente em regiões amazônicas. Os resultados indicam que a dosagem ideal para o híbrido de milho BM163 nesses solos é de 160 kg/N/ha, contribuindo para o aumento da produção nacional e a preservação de novas áreas.
Palavras-chave: Nitrogênio. Solo. Zea mays.
Abstract
Corn cultivation plays a vital role in society and the economy, standing out among the country’s main grain crops. With the recent practice of growing corn in Amazonian soils, driven by environmental restrictions on deforestation, there is a need to modernize production systems in order to increase productivity without expanding the cultivated area. The study seeks to determine the effectiveness of nitrogen fertilization on maize productivity, especially in Amazonian regions. The results indicate that the ideal dosage for the BM163 corn hybrid in these soils is 160 kg/N/ha, contributing to an increase in national production and the preservation of new areas.
Keywords: Nitrogen. Soil. Zea mays.
Introdução
O milho é a segunda principal cultura agrícola nacional, sendo superado apenas pela soja. Ele é de grande importância socioeconômica, podendo ser utilizado como fonte de alimentação animal para aves e/ou suínos e sendo utilizado na alimentação humana, além de bastante usado para a produção de etanol. O cultivo de milho é bastante empregado pela agricultura familiar, que utiliza a sua produção para adquirir renda, por meio da venda do produto in natura e/ou processado, como exemplo: milho verde; grão de milho; fubá; pamonha; canjica entre outros produtos (SENAR, 2016).
Para o seu cultivo, o nitrogênio (N) é um dos nutrientes minerais mais importantes para a sua boa produção, e quando a sua utilização é realizada de forma errônea, esse mineral acaba se tornando um dos principais fatores para a baixa produtividade. No Brasil, a uréia se destaca como uma das principais fontes de N usada na agricultura, isto se dá pelo fato da ureia possuir uma maior relação concentração/preço comparada com outros fertilizantes. Porém também é importante mencionar que a ureia apresenta desvantagens, como: possibilidade de elevadas perdas por volatilização, dependendo do manejo utilizado (LINCK, 2015).
A maior parte do nitrogênio no solo está na forma orgânica, representando cerca de 97- 98% do total de nitrogênio no solo, o que não é imediatamente disponível para as plantas. A mineralização é essencial para tornar o nitrogênio orgânico absorvível, transformando-o em NH4+ (amônio) e/ou NO3- (nitrato), as formas que as plantas podem absorver. O NH4+, devido à sua carga positiva, é pouco móvel no solo e é retido pelos colóides, que têm carga negativa e podem segurar cátions na superfície do solo. Além disso, a presença de bactérias nitrificantes no solo transforma NH4+ em NO3-. Contudo, o NO3-, devido à sua carga negativa, é altamente móvel e pode ser facilmente lixiviado ou volatilizado, tornando-se indisponível para as plantas, especialmente em ambientes alagados ou com baixa oxigenação do solo. Este processo de volatilização ocorre quando as bactérias, em busca de oxigênio, utilizam o oxigênio do NO3- e o transformam em nitrogênio gasoso (VIEIRA, 2017).
A adubação traz grandes benefícios para a cultura implantada, porém, o uso excessivo de qualquer fertilizante pode levar a uma menor eficiência, com possíveis impactos ambientais. Assim, embora a adubação possa resultar em ganhos de produtividade, haverá um certo ponto que a maior adubação não resultará proporcionalmente a maior produtividade, ocasionado um desequilíbrio nutricional nas plantas, aumentando a incidência de pragas e doenças, por consequência, pode-se ter uma queda na produtividade e rentabilidade da lavoura. Portanto, encontrar um equilíbrio adequado na adubação é crucial para otimizar o rendimento das plantas, evitando o desperdício de recursos e promovendo a sustentabilidade na agricultura (EMBRAPA, 2023).
O cultivo de milho em solos amazônicos é uma prática relativamente nova, porém com as crescentes restrições ambientais ao desmatamento, este cultivo se vê necessário à modernização dos sistemas de produção. Fator que tem por objetivo aumentar a produção sem aumentar a área (OLIVEIRA et al., 2017). Neste sentido, há sempre a dúvida sobre a potencialidade da adubação nitrogenada em alavancar a produtividade do milho cultivado. Assim sendo, estudos que comprovem dosagens nitrogenadas adequadas para o cultivo de milho em regiões amazônicas, além de contribuir para o aumento da produção nacional, reduzem o desmatamento preservando novas áreas. Uma agricultura mais tecnológica contribui para com a sustentabilidade do meio de produção (SILVA et al., 2021). O presente estudo tem como objetivo, analisar a produção inicial do híbrido de milho BM163 em solo amazônico, analisando se as crescentes doses de ureia contribuirão para o melhor desenvolvimento do milho. O híbrido BM163 é um milho de alto teto produtivo, sendo recomendado para a produção de grão, silagem de grão úmido e silagem snaplage. A planta apresenta ciclo precoce, altura de planta de 2,65 a 2,90m, altura de espiga de 1,50 a 1,70m, o tipo do grão é semiduro e alaranjado e a arquitetura da planta é semiereta. Este híbrido foi muito bem em regiões próximas a BR-163 (por isso o seu nome BM163), sendo recomendado no verão em áreas tropicais e subtropicais baixas (-700) e na safrinha áreas de clima tropical (BIOMATRIX, 2024).
Material e métodos
O experimento foi realizado no município de Santarém – PA, no Campus do Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS/ULBRA), localizado através das coordenadas 2°27’18”S, 54°42’48”W a uma altitude de 45 metros. Segundo Oliveira et al. (2020), o clima da região segundo o sistema Köppen é Ami (clima quente e úmido), com umidade relativa média do ar de 86% e precipitação média anual de 1920 mm. Diferente da temperatura, o padrão de chuva oscila ao decorrer dos meses, sendo a maior precipitação nos meses de janeiro a maio.
O solo utilizado foi neossolo quartzarênico órtico (EMBRAPA, 2018), de fonte oriunda do município de Belterra – PA, localizado no UNEPAGRO ULBRA, através das seguintes coordenadas 2°38’06”S, 54°44’10”W. O material foi retirado e transportado para o Campus CEULS/ULBRA, o qual foi fracionado e utilizado no experimento. Os ensaios foram realizados dentro da casa de vegetação. Para tanto, foram utilizados 20 vasos de 10 L cada um, acondicionados em espaço reservado protegidos por sombrite de nylon com 50% de retenção luminosa e sistema de irrigação por aspersão.
Em cada vaso foram semeadas 4 sementes a fim de garantir a existência de duas plantas por vaso.
Todos os dados coletados foram tomados em estádios V7 de desenvolvimento.
As avaliações realizadas foram: medição da biomassa fresca e seca; diâmetro do colmo e altura da planta. Para a medição da altura das plantas, foram utilizados uma trena de 2 metros Tramontina. Para a medição do diâmetro dos colmos, utilizou-se um paquímetro da FortG.
Para a avaliação da medida de biomassa fresca, as plantas foram retiradas dos vasos utilizando um perfurador de jardinagem e posteriormente submetidas à lavagem em água corrente suportadas em uma tela de proteção galvanizada. Em seguida as plantas foram enxutas em papel absorvente (Figura 1) e avaliadas em uma balança digital de 10 Kg SF-400.
Figura 1 – Plantas sendo secas em papel absorvente.
Para a avaliação da matéria seca, as plantas foram segmentadas e acondicionadas em sacos de papel de 3 Kg. Em seguida foram levadas em estufa de ventilação forçada a 55 ºC até apresentarem peso constante (NEUMANN, 2019), como podemos observar na Figura 2. Após a secagem foram realizadas 3 medidas de cada unidade experimental com intervalo a cada 30 minutos, utilizando-se balança eletrônica da marca SF-400.
Figura 2 – Amostras dentro da estufa de secagem.
A colheita das plantas foi realizada no dia 28 de outubro de 2023 para início de todas as medidas de avaliação e a coleta dos dados da matéria seca foi realizada no dia 30 de outubro de 2023 (Figura 3).
Figura 3 – Milho 26 dias após o plantio.
O plantio foi realizado no dia 02/10/2023, porém, antes de se realizar o plantio foi realizada a amostragem química de solo, retirando da profundidade de 0-20 cm (Tabela 1). Para o experimento foram utilizados 20 baldes de 10 litros, sendo quatro tratamentos com cinco repetições.
A interpretação da análise foi realizada com base no livro “Recomendações de Calagem e Adubação Para o Estado do Pará”, com base nele, foram interpretados os macronutrientes (P, K, Ca, Mg, S) e o Al. Após a interpretação constatou-se que a maior parte dos macronutrientes se encontrava em nível alto, por conta disso, foi utilizado somente o KCl, com uma dosagem de 70 kg/ha, com a finalidade de suprir as necessidades do potássio que estava baixo. Para a realização das avaliações, os vasos foram demarcados e denominados de T1 (sem aplicação de N), T2 (representando a aplicação de 111 kg/N por hectare), T3 (representando a aplicação de 166,5 kg/N por hectare) e T4 (representando a aplicação de 222 kg/N por hectare). Com base nos dados, que para cada tonelada de grão deve ser aplicado no solo de 17 a 20 kg de N, as adubações foram calculadas para a produção de 0, 100, 150, 200 sc/ha ou 0, 6, 9 e 12 t/ha respectivamente.
No preparo dos vasos, foram utilizados brita e solo, primeiramente foi adicionada uma camada de 2,5 Kg de brita e em seguida uma camada de 7,5 Kg de solo. A adubação e o plantio foram realizados no dia 02/10/2023. A adubação foi feita com a ajuda de uma mini balança digital, sendo ela fundamental para realização das pesagens dos fertilizantes. Logo em seguida, foi realizado o plantio do BM163, sendo plantado quatro sementes por vaso, após a emergência das plântulas, foi realizado o desbaste, deixando apenas duas plantas por vaso.
Tabela 1 – Análise química do solo.
RESULTADOS DA ANÁLISE QUÍMICA DE MACRONUTRIENTES |
|||||
Amostra |
P |
K |
S |
H |
Al |
Nº 177.2/2023 |
mg/dm |
cmol/dm |
|||
Profundidade |
38,8 |
31,2 |
25,13 |
1,07 |
0,05 |
0-20 cm |
|||||
M.O. |
K |
Ca |
Mg |
H+Al |
Na |
g/dm3 |
cmolc/dm3 |
||||
NS |
0,08 |
1,24 |
3,41 |
1,12 |
0,13 |
RESULTADOS DA ANÁLISE QUÍMICA DE MICRONUTRIENTES |
|||||
Zn |
Cu |
Fe |
Mn |
B |
Mo |
mg/dm3 |
|||||
9,55 |
0 |
34,65 |
5,25 |
NS |
NS |
RESULTADOS COMPLEMENTARES |
|||||
pH |
Argila (%) |
CTC – pH 7,0 |
CTC Efetiva |
Soma de Bases |
|
(H2O) |
(KCl) |
|
cmolc/dm3 |
||
6,09 |
5,63 |
Média |
5,98 |
4,9 |
4,86 |
SATURAÇÃO |
RELAÇÃO |
||||
Al |
Bases |
Ca |
Mg |
K |
Ca : Mg |
m% |
V% |
% |
|
||
0,99 |
81,21 |
25,37 |
69,46 |
1,63 |
0,37 |
O experimento foi conduzido obedecendo a distribuição em blocos casualizados, com fatorial 2x5x4, como observado no croqui abaixo (Figura 4).
Figura 4 – Croqui do experimento.
As análises estatísticas foram submetidas ao teste de média de Tukey a 5%, utilizando- se o software livre Sisvar 5.6 (FERREIRA, 2014).
Resultados e discussão
Nos ensaios analisados não foram observadas diferenças estatísticas no diâmetro de colmo, altura de planta, peso de matéria fresca e seca e peso das raízes. Ou seja, a adubação nitrogenada na fase inicial da cultura do milho, não apresentou diferença significativa em nem um dos testes.
Diferente dos dados obtidos por Carmo et al. (2012) e Torres et al. (2014), o diâmetro do colmo não foi diretamente influenciado pelo aumento da aplicação de N. Porém os autores Meneghini et al. (2020) observaram através das análises que somente a testemunha apresentou variância, já os tratamentos com diferentes doses e fontes nitrogenadas não houve diferença significativa entre eles. Contudo, no experimento descrito neste artigo, a maior média (T2) apresentou um diâmetro médio de 1,15 cm, já a menor média o T1 apresentou 1,136 cm de média. Os resultados obtidos pelas análises estatísticas estão presentes nas Tabelas 2 e 3.
Tabela 2 – Análise de variância do diâmetro dos colmos
FV |
GL |
FC |
Pr>Fc |
|||||||||||
Tratamento |
3 |
0,049 |
0,9854 |
|||||||||||
Bloco |
4 |
0,697 |
0,6000 |
|||||||||||
Erro |
32 |
|||||||||||||
CV(%) |
= |
12,56 |
||||||||||||
Tabela 3 – Médias do diâmetro dos colmos
Tratamento |
Médias (cm) |
|||||
T1 |
1,130500 a1 |
|||||
T4 |
1,134000 a1 |
|||||
T3 |
1,146000 a1 |
|||||
T2 |
1,152000 a1 |
À altura, assim como as outras variáveis analisadas, não houve diferença significativa. Dados parecidos também foram encontrados por Valderrama et al. (2011), que mesmo utilizando tipos de uréia diferentes (uréia convencional e uréia polimerizada), não houve uma diferença significativa na altura do milho. O mesmo resultado também foi encontrado por Saldanha (2023). Já no experimento, o tratamento com a maior altura média foi o T3 com 86 cm e o tratamento com a menor média foi o T4 com 79 cm. Dados presentes nas Tabelas 4 e 5.
Tabela 4 – Análise de variância da altura de planta
FV |
GL |
FC |
Pr>Fc |
|||||||||||
Tratamento |
3 |
2,459 |
0,0807 |
|||||||||||
Bloco |
4 |
0,296 |
0,8785 |
|||||||||||
Erro |
32 |
|||||||||||||
CV(%) |
= |
7,57 |
||||||||||||
Tabela 5 – Média das alturas de planta
Tratamento |
Médias (cm) |
|||||
T4 |
79,25000 a1 |
|||||
T1 |
80,03000 a1 |
|||||
T2 |
82,45000 a1 |
|||||
T3 |
86,09000 a1 |
A matéria fresca, matéria seca e o peso das raízes também não tiveram diferença significativa, isto ocorreu, pois, a avaliação do milho ocorreu até o estádio V7, não se tendo por base a produtividade final da cultura. Autores como Silva et al. (2012) observaram que a matéria seca (MS) do milho só responde a adubação até 168,8 kg/ha, e a partir desta quantidade, observa-se uma diminuição no valor. Já o autor Rocha (2019) não observou diferença significativa da matéria seca em seu experimento. Esta análise também foi observada no experimento presente, onde o MS do T4 (18,6 g) apresentou um peso menor MS que o T1 (19,0 g), sendo o T1 (sem a presença de uréia) a testemunha dos tratamentos. Os dados da MS são apresentados na Tabela 6 e 7.
Tabela 6 – Análise de variância das matérias seca
FV |
GL |
FC |
Pr>Fc |
|||||||||||
Tratamento |
3 |
0,349 |
0,7903 |
|||||||||||
Bloco |
4 |
1,718 |
0,2105 |
|||||||||||
Erro |
32 |
|||||||||||||
CV(%) |
= |
15,27 |
||||||||||||
Tabela 7 – Média da matéria seca
Tratamento |
Médias (cm) |
|||||
T4 |
18.60000 a1 |
|||||
T1 |
19.00000 a1 |
|||||
T2 |
19.60000 a1 |
|||||
T3 |
20.40000 a1 |
De acordo com o mesmo autor (SILVA et al., 2012), a matéria fresca segue o mesmo princípio da matéria seca (MS), alcançando o pico de dose em 177,2 kg/ha, acima desse valor a planta entra em declínio de peso. Porém, no experimento aconteceu o contrário, o T4 deve o mesmo peso médio de matéria fresca (93,4 gramas) seguido pelo T1 (86 gramas). Os dados da matéria fresca podem ser explicados pela presença de água nos poros das plantas, resultado da lavagem posterior à retirada dos milhos do vaso. Dados da matéria fresca estão presentes nas Tabelas 8 e 9.
Tabela 8 – Análise de variância da matéria fresca
FV |
GL |
FC |
Pr>Fc |
|||||||||||
Tratamento |
3 |
0,825 |
0,5049 |
|||||||||||
Bloco |
4 |
2,065 |
0,1488 |
|||||||||||
Erro |
32 |
|||||||||||||
CV(%) |
= |
12,58 |
||||||||||||
Tabela 9 – Média da matéria fresca
Tratamento |
Médias (cm) |
|||||
T2 |
83.00000 a1 |
|||||
T3 |
85.80000 a1 |
|||||
T1 |
86.00000 a1 |
|||||
T4 |
93.40000 a1 |
No desenvolvimento das raízes, sendo classificado pelo peso, foi observado que os resultados amostrados foram muito parecidos, tendo o T1 e o T2 a mesma média (4 gramas), já o T4 que possuía a maior adubação ficou com a menor peso médio das 4 amostras. Autores como Morais et al. (2015) tiveram resultados parecidos, pois, os blocos que foram aplicados nitrogênio com a dosagem acima de 200 kg/ha, apresentou um dos piores desempenho do experimento. Segundo os autores, isto ocorre pelo excesso de fertilizante aplicado nos vasos, deixando o solo salino, dificultando a absorção de água por conta do potencial osmótico. As tabelas 10 e 11 mostram os dados apresentados acima.
Tabela 10 – Análise de variância da matéria seca das raízes
FV |
GL |
FC |
Pr>Fc |
|||||||||||
Tratamento |
3 |
0,643 |
0,6021 |
|||||||||||
Bloco |
4 |
0,714 |
0,5980 |
|||||||||||
Erro |
32 |
|||||||||||||
CV(%) |
= |
22,31 |
||||||||||||
Tabela 11 – Média da matéria seca das raízes
Tratamento |
Médias (cm) |
|||||
T4 |
3.400000 a1 |
|||||
T3 |
3.600000 a1 |
|||||
T1 |
4.000000 a1 |
|||||
T2 |
4.000000 a1 |
Mesmo com os resultados não apresentando diferença estatística significativa, foi possível observar que o bloco T3 se destacou na maioria dos dados analisados. Isto ocorreu, pois, a adubação utilizada estava próxima ao ponto máximo responsivo da cultura do milho, ao contrário do T4, que possuía a maior adubação e apresentou os piores resultados, ficando abaixo até da testemunha (T1).
Conclusão
Nas condições em que o experimento foi conduzido, as diferentes doses de nitrogênio não resultaram em variações significativas em todas as variáveis analisadas. Portanto, é evidente a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre este tema.
Conflito de interesses
Não houve conflito de interesses entre os autores.
Contribuição dos autores
Leonardo Pandolfi Filho foi propositor da problemática a ser estudada e conduziu todo o experimento, além da redação do artigo. Carlos André Gonçalves atuou na orientação metodológica, mapa conceitual para o desenvolvimento do trabalho e explanação de conceitos e técnicas utilizadas. Narcisa Silva Soares foi responsável pelo delineamento experimental, análise estatística e conclusão dos resultados alcançados após as análises realizadas.
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Recebido em 1 de março de 2024
Retornado para ajustes em 29 de maio de 2024
Recebido com ajustes em 5 de junho de 2024
Aceito em 10 de junho de 2024
The post Influência da adubação nitrogenada no desenvolvimento da fase inicial da híbrido de milho BM163 first appeared on Revista Agrária Acadêmica.